Cansei do "alcance" das redes sociais.
Há alguns anos, antes do invento das redes sociais eu era um assíduo publicador aqui, no meu site pessoal, isso antes mesmo de inventarem o termo "blog". Com o tempo e a ilusão do alcance das redes sociais isso acabou diminuindo e hoje vejo que foi uma grande perda de tempo (e conteúdo) ter postado no falecido orkut ou, hoje, no facebook.
Sim, eu tenho perfis e páginas em redes sociais. E muitas. Se quiser me seguir tem a página Tacio Philip no FB, tem também meu perfil Tacio Philip (2), onde você pode clicar em "Adicionar" e magicamente seremos "amigos". Tem também meu perfil antigo, que chegou a ter 1898 "amigos", hoje tem menos de 60 e uso para ver o que algumas páginas publicam - e não selfie de "amigos" - e não, não vou te adicionar nele, convites são ignorados para não ter que recusar mais de uma vez. E recentemente tenho postado até no vazio (de sentido, não de conteúdo) instagram e tudo isso teve uma ideia inicial, que durou até demais: conseguir que o que desejo mostrar, seja uma foto, vídeo, texto ou uma simples frase tivesse mais alcance, que mais pessoas fossem "atingidas".
Entretanto, a liquidez do Facebook (ou melhor, das redes sociais) - e não estou falando no valor de suas ações no mercado financeiro - é insuportável. Provavelmente até eles tenham percebido isso, colocando há algum tempo a "feliz" opção de "Lembranças", permitindo que você tenha contato com aquele pensamento/postagem/selfie em Paris tão importante para sua vida e divulgado para todos seus "amigos" há 1, 2 ou 10 anos atrás.
Ai dá para pensar também: hoje em dia, quem acessa um site? Com certeza é pouca gente. Ou, pelo menos, proporcionalmente à quantidade de pessoas que estão colocando "joinha" em foto de gato fofinho é irrelevante (eu adoro gato fofinho, já resgatei e tenho vários, a crítica não é aos gatos, ok? - bem que talvez pudesse usar isso como ferramenta para "viralizar"). Mas voltando ao pensamento, sei que o número de pessoas que leem algo fora da verdade do FB é pequeno (pelo menos essa é a minha impressão já que não tenho como mensurar os seguidores da verdade no Whatsapp, que não uso). Mas um conteúdo em um site, principalmente um site que eu programei, que eu tenho o conteúdo, que eu posso salvar no meu HD, em disquete e com uma cópia em nuvem é menos imaterial e menos dependente da vontade alheia que uma "rede social". Você lembra daquele ótimo texto que leu no orkut? lembra daquela linda foto que viu em uma rede social de fotografia que não existe mais (sei que isso aconteceu algumas vezes, mas escorreu tão rápido que nem lembro o nome)? Onde eles estão? E uma das "funções" que dou ao meu site pessoal é ser um simples depósito de lembranças de modo que eu possa acessá-las sempre que quiser.
Então, só concluindo isso, a partir de agora voltarei a postar mais no meu site pessoal do que em redes sociais. Mas não se preocupe, divulgarei o link da postagem para que você possa deixar sua curtida em uma velocidade estonteante e mais rápida que a leitura do primeiro parágrafo (depende do estado dos servidores de hospedagem até mais rápido que o tempo de abertura do site).
E sobre o site em si, esse onde está esse texto e onde essas palavras estão jogadas para leitura pelos robots do google, esse site com "design da década de 90 e não responsivo para dispositivos móveis" (sim, já li/ouvi isso mais de uma vez), por enquanto ele continuará dessa maneira por dois motivos principais: 1 - não estou com tempo, ou melhor, com saco para reprogramá-lo; 2 - se para você ter que fazer o movimento que, se não me engano havia sido patenteado, de "pinçar" uma tela, é muito para que a leitura possa valer a pena, é muito provável que você realmente não seja meu "público" e já te adianto que esse conteúdo é irrelevante para sua vida - prefiro um livro sem capa, mas com conteúdo, que apenas um livro colorido de mandalas para pintar e que ajudará a você suportar sua vida de estresse - eu não sou autor de autoajuda para fazer com que você se sinta feliz, amado e que seus sonhos serão realizados, eu não minto; 3 - não escrevo para moscas e na dimensão do meu site posso contar de 1 a 2 com mais de 2 tópicos.
Além disso, outra falta que sinto, talvez por gostar de entender e discutir algo, seja como regular um câmbio de bicicleta, arte na fotografia ou filosofia, a velocidade das redes sociais não permite aprofundamento em nada. Você pode até estar em uma conversa interessante, rendendo, mas logo percebe que o interesse foi passando, que as interações diminuíram e logo ouve apenas o barulho dos grilos, tendo a conversa morrido para ser recordada daqui um ano, quando será compartilhada e receberá meia dúzia de curtidas só pelo fato de ser uma lembrança, sem sequer ser lida.
E só para não generalizar, ignorando a rapidez do desaparecimento do conteúdo, às vezes acontecem conversas em redes sociais. Pelo menos é o que ainda vejo, mesmo que raramente, em algumas páginas/grupos de filosofia ou arte, mas sim, é raro e mesmo assim é algo que passa mais rápido que uma virada de folha de um livro.
Agora, sobre a "perda de interação", sobre a "troca de informações", sobre os "diferentes pontos de vista" e "amizades", isso também era o que eu esperava nas redes sociais, mas seja realista, isso existe? Então não fará muita diferença já que algumas pessoas que conheço sabem onde moro e café pessoalmente é mais interessante que "joinha". Inclusive, por isso o "algumas" pessoas na frase, como postei uma vez uma frase retirada do Ecce Homo do Nietzsche, era algo como "ter que dizer não é um dispêndio de energia desnecessário e que deve ser evitado", e prefiro os poucos que os milhares e é fato que projetos de Übermensch são raros e insetos só me interessam para minhas fotos representativas, sem sentido, mas muito bem feitinhas.
E só para fechar, como não podia deixar de fazer, quem leria um texto sem uma imagem para ilustrar, não é? Então abaixo uma imagem digital que postei há algum tempo no "grande" instagram, inspirada no Kazimir Malevich.
- enviado por Tacio Philip às 19:03:03 de 01/06/2019.
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