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12/12/2017 21:21:31 (#575) - Expedição trekking-hiking-montanhismo aventureiro aos isolados picos rochosos em Monte Verde - parte II - o retorno

Após termos de abortar, na metade, a Expedição trekking-hiking-montanhismo aventureiro aos isolados picos rochosos em Monte Verde, devido a intempéries climáticas que não nos permitiam subir, com segurança, a última, e mais alta, das montanhas da longínqua Serra de Monte Verde. No final de semana passado, após muito treino e planejamento, voltamos para finalizar a nossa expedição e conquistar a montanha que nos faltava.

Os preparativos...
No dia 6 de Dezembro, como etapa de aclimatação e entrosamento com um novo participante da expedição, após acordar com o telefone tocando por volta das 7h50 - era o Matheus Katu, novo integrante que, apesar de ter sofrido um grave acidente e ainda estar se recuperando de suas lesões, veio somar à nossa equipe - logo nos encontramos em casa e seguimos então, de carro, pela arriscada Rodovia Fernão Dias (BR-381), sentido o estado de Minas Gerais.

A viagem foi tranquila, fizemos apenas uma pausa para um café, antes mesmo de chegar em Minas Gerais, na saída que, se continuássemos, nos levaria até a cidade de Joanópolis. Entretanto, logo após o café, no inóspito bairro do Guaraiúva (pertencente à pequena cidade de Vargem, na divisa SP/MG), enfrentamos a estrada de terra e logo estacionávamos para iniciar, a pé, a caminhada que nos serviria de aclimatação para o que estaria por vir.

Essa caminhada, com longos 4 km e mais de 700 metros de desnível vertical nos levou, em pouco mais de 1 hora, até o alto e rochoso cume da Serra do Lopo, na divisa dos estados de MG e SP, com espetacular vista para a Represa do Jaguari e montanhas, com destaque principal, para Monte Verde, nossa próxima meta, ao fundo.

Depois de algum descanso foi a vez de enfrentar a trilha no sentido contrário, descer e, finalmente, de volta à civilização, podermos nos alimentar em um pequeno restaurante no povoado do Guaraiúva (um ótimo PF com uma "falsa" cerveja feita de milho). De lá, estrada via Joanópolis, Piracaia e, no meio da tarde, já estávamos em casa, seguros e preparados para, no dia seguinte, enfrentarmos nosso desafio maior.

O ataque ao cume do Pico do Selado...
No dia seguinte, já contando com a participação da Lorena - com quem havia feito a 1ª etapa da expedição, tendo que abortar a tentativa do Selado devido às condições climáticas que não permitiam que prosseguíssemos, com segurança, para o que era nossa meta: conquistar todas as inóspitas montanhas da serra - acordamos cedo, logo nos encontramos com o Katu e, novamente, enfrentamos a estrada BR-381, rumo Minas Gerais.

Dessa vez a viagem foi mais longa, fizemos uma pausa para café logo após cruzar a fronteira entre os estados e, mais alguns longos quilômetros, uma subida de serra e, finalmente, chegamos ao povoado de Monte Verde, pertencente à cidadela de Camanducaia, MG.

Sem parar atravessamos a única rua principal da cidade, que a cruza de lado a lado e onde se encontram a maior parte de seu comércio, desviamos por uma rua secundária, já de terra e então, começamos a subir, por cerca de 10 minutos, sentido o alto da serra, onde devíamos deixar o carro (mesmo local onde havíamos estacionado na expedição anterior).

Com o carro parado acabamos de nos arrumar, pegamos a mochila com todas provisões necessárias para nossa investida e, logo iniciamos a caminhada, rumo ao topo da serra, com o clima nublado, o que poderia vir a nos trazer problemas mais adiante.

O início da caminhada é bem aberta mas segue sempre para cima, em uma sequência de obstáculos com degraus de terra, pedra e raízes mas, pouco tempo depois os vencemos e estávamos onde, localmente, é conhecido como "Mirante", uma grande laje de pedra com boa vista para o restante da serra.

No início do ano, a Lorena e eu havíamos estado neste ponto mas, na ocasião, seguimos sentido Leste, para as montanhas que se encontram naquela direção (Chapéu de Bispo, Pedra Redonda e Pedra Partida). Nossa ideia inicial era, no retorno, esticarmos até o Selado mas, como choveu, decidimos descer para o vilarejo para nos alimentar, deixando, então, para essa ocasião, o ataque ao seu distante cume.

Mal paramos no "Mirante", demos uma andada procurando - e quase nos perdendo entre inúmeros caminhos indefinidos - mas, logo encontramos a trilha que nos levaria, dessa vez, sentido Oeste, até a Pico do Selado.

Fomos seguindo a trilha e, quase 5 km após nosso início de caminhada, finalmente, passávamos ao lado do seu cume principal. Entretanto, como ainda tínhamos tempo, continuamos nossa caminhada por mais algum tempo, descendo por uma trilha fechada e, depois, subindo novamente até um cume rochoso no limite Oeste da crista do Pico do Selado.

Neste cume inexplorado (era minha primeira vez nele) fizemos uma pausa, umas poucas fotos, marquei seu ponto no GPS, que indicava uma altitude de 2026 metros acima do nível médio do mar e, sem perder muito tempo, começamos nosso retorno para, finalmente, conquistarmos o cume do Pico do Selado.

Entretanto, este breve retorno não foi fácil. Logo na ida, durante esse trecho de acesso mais inóspito e perigoso, eu tinha sofrido um acidente quando, ao tentar subir uma íngreme e úmida pedra, escorreguei, fazendo com que eu chocasse minha perna e joelho com toda força contra a rocha. No retorno, bem próximo do perigoso local, foi a vez de bater, mas felizmente devagar, a cabeça contra um tronco. Sorte que o Katu não teve, acertando o mesmo tronco só que com mais força, o que fez com que abrisse um corte em sua testa que, felizmente, logo parou de sangrar e nos permitiu prosseguir. Quase no mesmo trecho, a Lorena, também bateu em um tronco mas, agora, com o braço, o que lhe rendeu um grande hematoma.

Apesar das lesões conseguimos seguir e, logo estávamos de volta em um caminho mais aberto onde, após uma exposta escalada em uma crista rochosa, conquistamos, finalmente, o cume rochoso do Pico do Selado de Monte Verde!

No cume uma merecida pausa para fotos, assinar seu livro de cume, novamente medir, no GPS, sua altitude (2045 m - quase 40 metros menos que o indicado pelos "locais"), um pouco de descanso e, felizes pela árdua conquista, iniciamos a descida, pelo mesmo caminho que havíamos seguido durante o seu ataque.

O retorno foi tranquilo e, após passarmos por alguns cavalos selvagens que perambulam entre aquelas montanhas, chegamos, mais uma vez, ao "Mirante" e, com tempo, pensamos então em fazer também uma investida ao Chapéu do Bispo, um conjunto rochoso que havíamos conquistado na 1ª etapa da expedição mas, merecia o retorno.

Sendo assim, após uma breve conversa, por unanimidade da equipe decidimos seguir a trilha que nos desviou do retorno mas, felizmente, nos levou até o cume, também rochoso e com uma exposta escalada em rocha, do Chapéu de Bispo (1961 m). Lá, novamente, mais bate-papo, fotos, descanso e, vendo as nuvens começando a alcançar os limites da crista Leste da serra, iniciamos nosso retorno.

A volta, repleta de felicidade pela conquista e término da expedição, foi tranquila, retornamos até o Mirante e, de lá, logo estávamos de volta ao final da estrada, onde o carro nos aguardava. Dessa vez, diferente da anterior, conseguimos chegar secos mas, cerca de 5 minutos após nossa chegada, logo depois de tirarmos algumas fotos, a chuva também chegou. Felizmente já estávamos em segurança e pudemos, então, descer de carro até o vilarejo para, sem perder tempo, experimentar alguns dos queijos e bebidas oferecidas em suas pequenas vendas (não compramos, mas degustamos um pouco).

A essa hora, a ideia era fazer um roteiro maior pelo seu pequeno comércio e, sem gastar um centavo, degustar mais queijos, vinhos, doces e aguardentes mas, com o início de uma forte tempestade, nossa meta foi, literalmente, por água abaixo e, decidimos então, retornar ao carro e seguir nossa viagem.

O retorno foi tranquilo, fizemos uma pausa no povoado de Camanducaia para alguns salgados e cerveja (lá encontrei uma puro malte) e, logo seguimos de volta para casa, em Bragança Paulista, para um merecido jantar e muitas horas de bate papo até o meio da noite, quando o Katu se despediu e seguiu seu caminho já que estava, ansioso para, na manhã seguinte, subir no avião e pousar na Ponta Grossa - PR.

O dia seguinte...
No dia seguinte, apesar do cansaço dos dias anteriores, a Lorena e eu acordamos, tomamos café e logo pegamos estrada, nos encontrando com o Juvenil, Tico e Jorge no pedágio da Fernão Dias, sentido MG, seguindo então para a cidade de Extrema, onde viríamos a conhecer um novo point de escalada que está sendo conquistado e, no qual, fui convidado para ajudar na exploração e abertura de suas vias.

No local muita caminhada para ver seus diversos setores e incontáveis possibilidades de escalada, algum rapel para conhecer uma das paredes que já possuem algumas proteções fixas, um top rope para ser "espancado" em um projeto de linha que, aposto ser, pelo menos um 9º grau e, depois, com as pernas e braços destruídos, já no final da tarde, retornarmos para casa para o tão desejado descanso (mas já pensando em retornar para ajudar na conquista de novas vias).

Mais um dia seguinte...
Com o final desse longo final de semana chegando, no Domingo, dia 10, foi a vez de participarmos em um evento social, no bairro onde moramos, do qual não podíamos faltar: o primeiro bingo da associação de bairro. Lá, participamos de diversas rodadas de bingo, ganhamos um carro de plástico (que logo depois dei para um moleque que não tirava os olhos dele) e, no início da noite, pegamos estrada para Capivari e voltamos para a "rotina semanal normal" com, pedal na 2ª feira, em Itu e, logo depois, ida para São Paulo (e escaladas na 90 graus, na 3ª feira).

Veja no link Pico do Selado - Monte Verde, algumas fotografias dessa expedição.

- enviado por Tacio Philip às 21:21:31 de 12/12/2017.



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