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18/09/2017 13:17:13 (#570) - Visitando o PN Itatiaia em 2117

Setembro de 2117. "Comemorando" meu aniversário de 140 anos do que muitos ainda chamam de vida, uma coisa que teve suas definições expandidas com tantas injeções de nanobots e peças de reposição não biológicas, resolvi fazer uma visita ao primeiro Parque Nacional do Brasil, que conheci há muito tempo atrás, em 2001, e posso dizer que mudou "um pouquinho" nesse tempo todo, principalmente agora com uma população mundial beirando os 12 bilhões (e, como sempre foi, na maioria mal educadas e excluídas sem ter a opção de ter vivências reais).

Sendo assim madruguei, programei o carro para me levar até a cidade de Engenheiro-Passos (MG) e, depois do curto cochilo de pouco menos de 1 hora, uma mensagem no painel me dizia que já tinha chegado. Na cidade uma breve pausa para um café da manhã sem gosto e, em vez de seguir pelo túnel com mais de 30 km da nova BR-354 que atravessa por baixo da Serra da Mantiqueira, liguei o carro no modo manual e segui então para a nova portaria do PNI, onde começa a "estrada velha" que sobe a serra.

Na portaria, após assistir alguns vídeos imersivos obrigatórios paguei as dezenas de taxas de acesso (taxa de entrada, taxa de subida da estrada, taxa do ônibus panorâmico - como se pudéssemos subir a pé ou com nossos carros, taxa de fotografia, taxa das ongs que "protegem" a região, taxa dos teleféricos etc. etc. etc.), peguei o cartão que daria acesso aos pontos turísticos (até isso é limitado de pessoa para pessoa e de pagamento para pagamento) e logo estava sentado, no 2º andar de um ônibus, com um fone de ouvido onde você seleciona o idioma desejado e assistindo, pelas janelas com realidade aumentada, histórias sobre como era aquela estrada, como houve uma época, há mais de 50 anos, em que as pessoas subiam dirigindo (eu mesmo cheguei a subi-la dirigindo diversas vezes), como existiam pessoas que andavam pela região (pasmem: a pé, há mais de 70 anos!) e por aí vai.

O começo da subida foi rápida, logo passamos por onde era chamado "Garganta do Registro", local onde havia várias vendinhas onde comprávamos milho verde e doces artesanais (tudo proibido hoje em dia) mas, hoje, é apenas um dos pontos de parada para quem não ter permissão médica de subir acima de 2000 metros de altitude e fica por lá para olhar alguns mirantes e visitar as ruínas de algumas antigas construções da "minha época".

O ônibus continuou a subida com histórias "épicas" de quando pessoas se arriscavam andando (a pé e se apoiando até com as mãos) sobre pedras, que aventureiros atravessavam campos com vegetação sem calçamento e corrimões, às vezes encontravam animais selvagens no caminho, se expunham ao perigo bebendo água encontrada ao ar livre, dormiam ao relento sem proteção e por aí vai e eu me lembrando de um passado distante onde pude aproveitar um pouco de todos esses "perigos", diferente da "molecada" das excursões no ônibus que provavelmente nunca tenham pisado na terra ou colocado as mãos em uma planta por ser "arriscado e desnecessário".

Mais alguns minutos e finalmente chegamos ao final da estrada onde, ao invés do antigo e tímido "Abrigo Rebouças", um abrigo de montanha onde cabiam pouco mais de 10 pessoas, hoje há um hotel 6 estrelas para quem está disposto a pagar uma fortuna por uma noite em um quarto com teto de acrílico pressurizado (e esse é o único modo de passar uma noite lá dentro do parque) e o novo "Centro de Visitantes" com suas salas de projeção, dezenas de salas de vivências simuladas (quase me deu vontade de entrar em uma que simulava a subida do Agulhas Negras em diversas décadas mas acho que seria deprimente demais) e suas lojas e mais lojas que vendem desde pelúcia de montanha até falsas vivências de antigas aventuras para serem implantadas em memórias vazias.

Tentando ter algum contato com o que eles chamam de "natureza preservada", ainda pude "andar" por uma esteira rolante até um dos mirantes de onde se pode ver o Agulhas Negras de frente, onde fica o escondido Morro do Altar (que ficou embaixo das construções suspensas). É de lá também que saem alguns teleféricos (para os mais econômicos como eu) ou drones (para quem tem muito com o que gastar) que te levam para "vivências" na natureza em sobrevoos sobre alguns cumes (pelo menos houve um "avanço" agora: com os drones o PNI assumiu a existência de outros picos como o Gigante, Maromba, Cabeça de Leão, Leoa, Gorila etc, cumes que sua existência eram "escondidas" das pessoas). De lá, para quem prefere, também é possível fazer uma travessia (por teleférico ou drone, óbvio) saindo na parte baixa do parque, próximo da cidade de Itatiaia - e, acredite, mais turística que a antigamente chamada "parte alta", onde eu me encontrava.

Lembrando de como eu tinha sido, há mais de 100 anos, um "criminoso ambiental" por andar a pé (sim, não é história do que antes chamavam "história de pescador" - o pessoal novo vai ter que procurar o que o termo pescador significa), desisti de ir em outros pontos do parque para ter "vivência na natureza olhando mirantes e projeções em telas translúcidas" para relembrar, só na minha memória, como tinha sido aquela época, que não volta mais, quando eu "caçava" cumes apenas por diversão, apenas pelo gosto pessoal de chegar lá (coisa que vejo que realmente muita gente não entende mais, as prioridades e objetivos das pessoas agora são outras que EU não entendo...).

Ver que a preservação da natureza sempre foi sinônimo de "não toque" é deprimente e, como sempre achei e vivenciei, as proibições sempre só aumentaram graças, de um lado, a falta de educação das pessoas e, do outro, aos órgãos "politiqueiros" que não enxergam que não existe preservação sem conhecimento (e ai entram as ongs, as federações que deram tiros nos próprios pés sugerindo regras, os clubes que lutaram pro acesso exclusivo e hoje só podem preencher formulários e contar histórias do passado e por aí vai). Fico imaginando como uma pessoa vai dar valor as coisas, desde um simples alimento, sendo que muitos nunca tiveram contato com algo que não venha em uma caixa lacrada e com centenas de normas de uso.

Mais puto do que realizado por perder meu tempo (e dinheiro) nessa visita retornei ao ônibus, esperei 30 minutos pela próxima saída e, desistindo de aproveitar um pôr-do-Sol do mirante onde se vê a intocada Serra Fina (onde já andei também, há muuuuito tempo, mas hoje nem sobrevoar se pode) segui de volta para o estacionamento, já no final da tarde, vendo montanhas e pedras, sempre de longe e protegidas por janelas, da natureza que hoje chamam de intocada, mas que um dia foi realmente experienciada por pessoas. Surpreendente como, hoje em dia, as pessoas chamam de ecoturismo e vivência na natureza você ir até um local e não conseguir sequer pisar no chão ou tocar uma rocha que não esteja sendo exibida dentro de um museu (e até isso muitos não arriscam por medo de contaminação - mas não se preocupem, algumas são artificiais e as reais foram esterilizadas para quem tem medo de germes).

De volta ao carro desci dirigindo até a cidade, jantei em um escondido restaurante que me indicaram secretamente e onde achei arroz e feijão naturais (não cito onde para que o local não seja fechado) e então programei o carro para me levar de volta para casa e dormi, torcendo para que quando eu acordasse tudo que eu tenha visto naquele dia tivesse sido apenas um pesadelo.


Para fechar uma foto antiga do Agulhas Negras, com mais de 100 anos - nessa visita deu vontade de pedir meu dinheiro da taxa de fotos de volta já que não tive estômago para fazer uma foto sequer...

Como eu sempre pensei: o mundo realmente só iria piorar e realmente isso aconteceu!

- enviado por Tacio Philip às 13:17:13 de 18/09/2017.



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