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25/06/2014 18:29:00 (#496) - Travessia petro-tere que podia ser chamada de aqua-tere

Depois da ideia da Aline de fazer a Petro-Tere e a sugestão do Requeijo de irmos para lá no feriado de Corpus Christi, com uma boa antecedência compramos nossas entradas, diárias de camping, taxas de trilha e outras 243 taxas separadas que o PNSO cobra de quem quer fazer a travessia.

Algum tempo se passou, o Dom se juntou a nós, conseguindo também sua reserva e depois o Lucas, que no final acabou não indo. Assim, na 4ª feira, dia 18, logo cedo o Dom chegou aqui em casa, colocamos as coisas no carro e seguimos estrada rumo a Teresópolis.

A viagem foi parcialmente tranquila, tirando um pouco de trânsito na saída do Rio de Janeiro e chuva forte com neblina na serra chegando em Terezópolis, onde chegamos no começo da noite. Na cidade uma pausa para lanche e logo fomos para o camping quinta da barra, onde costumo ficar. Dessa vez não tinha feito reserva de trailer e pensava em ficar acampado mesmo, já que seria só uma rápida noite, mas chovia MUITO! Assim, o Dom e eu começamos a negociar a possibilidade de ficar em algum trailer ou chalé, de modo a não sofrer o incômodo de acampar na chuva logo no primeiro dia, e conseguimos!

Assim, a Aline, o Dom e eu ficamos em um simpático chalé podendo desfrutar de uma seca e confortável cama (isso depois do bom banho que tem lá, um dos melhores que existe).

No dia seguinte, dia 19, acordamos bem cedo e por volta das 7h já estávamos na padaria tomando nosso café da manhã. De lá, poucos minutos depois, estávamos na entrada do PNSO onde logo chegou a van que nos levaria até a outra ponta da travessia, em Petrópolis, e às 8h chega o André Requeijo.

Deixamos os carros estacionados na "pousada" dentro do parque e logo nós quatro estávamos na van seguindo para Petrópolis. Tirando as milhões de curvas e cheiro de diesel de uma caminhonete na nossa frente a viagem foi tranquila e por volta das 10h chegamos. No parque as formalidades de entrega de termos, uso do banheiro, um lanche, um chá, acabar de arrumar as coisas e, às 10h50 começamos a caminhada.

A subida para o Açu tem cerca de 8 km com mais de 1200 m de desnível. Até o Mirante do Queijo fomos praticamente juntos mas, de lá em diante, acabamos separando o grupo e cada um seguiu no seu ritmo, comigo e o Dom indo na frente.

Fomos subindo, subindo, subindo e cada vez mais o tempo mostrava não colaborar (o que já sabíamos pela previsão do tempo). Quando pudemos aceleramos ainda mais e, com o começo de uma chuva que resolveu não parar mais, chegamos ao ponto de acampamento logo acima do Abrigo do Açu às 15h20, armando logo nossas barracas embaixo de chuva. Enquanto o Dom acabava de montar a sua ainda desci quase 1 km da trilha para ver se a Aline estava bem e aproveitamos também para uma passagem relâmpago no cume da montanha, já que garoava forte e o visual era zero. De volta ao acampamento uma merecida troca de roupa por alguma seca, comida e logo chega também o Requeijo.

Choveu praticamente a noite inteira e a única coisa boa disso foi conseguir coletar água que escorria da barraca, sem ter que sair para ir buscar. No dia seguinte amanheceu com céu aberto e um pouco de Sol, mas isso também não duraria muito.

Eu pensava em começar a caminhar por volta das 7h30 mas graças à atrasos e enrolações só saímos às 9h15, vestindo e calçando tudo molhado, mas o clima estava agradável e não chegou a incomodar.

Fomos seguindo, logo o Dom leva uma queda e entorta um bastão, seguimos mais e então começamos o sobe e desce das montanhas, passando pelo Morro do Marco e depois pela crista do Morro da Luva. Nesse ponto, enquanto o Dom e Requeijo faziam um lanche, a Aline e eu fizemos um bate-volta rápido até o cume do Morro, mais uma vez em ritmo relâmpago, sem visual algum mas só para "carimbar o passaporte" com o cume.

De volta nos unimos e continuamos a caminhada, agora começando a nos separar um pouco. Chegamos no "Elevador" e, graças ao trânsito de dois grupos de pessoas com guia, fizemos o possível para ultrapassá-los de modo a chegar no "Cavalinho" antes deles, o que conseguimos tranquilamente. Só que chegamos bem atrás de um outro grupo com 11 pessoas!

No "Cavalinho" falei com o Guia, que descia uma cadeirinha para segurança de cada um de seus clientes e, entre um e outro conseguimos nós 3 (Dom, Aline e eu) passar e seguir nosso caminho. Chegando no final da trilha o Dom desceu direto para o Abrigo, onde conseguiu uma vaga fugindo do perrengue que passou na barraca na noite anterior, enquanto a Aline e eu faziamos um bate-volta no cume do Sino, também com visual zero. De lá descemos para o acampamento, onde chegamos às 16h25, e logo estávamos na barraca comendo e indo dormir.

No último dia da travessia acordamos, o Dom, Requeijo e Aline ainda subiram até o Sino e, depois de muito esperar as coisas secarem começamos nossa descida, às 9h13. No começo descemos juntos mas pouco depois da cota 2000, onde sai para a travessia da neblina (que era nossa ideia inicial mas abortada por causa de tempo ruim) resolvi os ultrapassar e deixar minhas pernas mais soltas e acelerar o ritmo.

Pouco tempo depois ultrapassei um grupo que havia nos ultrapassado no começo da descida, depois mais um, cruzei com diversas pessoas subindo e quando já estava bem distante do meu grupo ouvi barulho de um pessoal descendo correndo. Um deles era o Pablo, com quem eu tinha conversado meses antes pelo Facebook e depois vimos que nos conhecíamos do Instituto de Física da USP, junto com um casal. Empolgado com a ideia de descer rápido entrei no ritmo deles e continuei a descida correndo, o que devo ter feito por cerca de 1 km, deixando com que seguissem enquanto parava na Cachoeira Véu de Noiva para tirar minha blusa e comer umas bolachas já que a fome começava a apertar.

A pausa não durou nem 3 minutos e logo estava novamente no meu ritmo rápido, mas caminhando, para baixo. Algum tempo se passou e, olhando o GPS, vi que faltava apenas 1,8 km para terminar a trilha. Querendo que acabasse logo e fazer um bom tempo, resolvi correr mais um pouco. Fui descendo, descendo e, quando pensava ter corrido menos de 1 km, olhei no GPS e vi que faltava apenas menos de 700 m. Mesmo cansado agora não era hora de parar e, lembrando o que o Mateus comentou em uma outra viagem no final de uma caminhada: "não é pra sobrar", continuei a corrida até o final, chegando na barragem às 11h33, 2h20 depois do início da descida (se tivesse saído puxando desde o começo teria feito menos de 2h!).

Na barragem uma longa espera pelo Dom e Aline (que desceram em 3h10) e o Requeijo, que levou umas 4h (tempo "normal" da descida). Nesse tempo aproveitei para lavar as botas, trocar uma parte da roupa e ficar conversando com o Magrão, que eu tinha conhecido no Rio há alguns anos e estava lá esperando um grupo chegar.

Com a chegada de todos descemos para o carro e como o clima tinha afundado também a ideia de subir, no dia seguinte, o Cabeça de Peixe, logo nos despedimos do Requeijo e pegamos estrada rumo São Paulo.

A volta foi bem mais tranquila que a ida, sem trânsito algum, e no começo da noite estávamos em São Paulo.

Mesmo com chuva é o que sempre digo: melhor um dia de chuva na montanha do que em casa. A travessia foi divertida, principalmente o último dia com a descida correndo. A ideia agora é voltar para conhecer o que queria ter conhecido essa vez e também para fazê-la em apenas um dia, o que calculamos sem bem possível sem muito sofrimento. Quem sabe ainda nessa temporada!

E algumas das poucas fotos estão no link travessia Petro-Tere PNSO.

- enviado por Tacio Philip às 18:29:00 de 25/06/2014.



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