No dia 19 de Abril, depois de uma breve noite de sono, a Aline e eu acordamos bem cedo, tomamos o café da manhã, acabamos de arrumar as coisas e pegamos estrada.
A viagem, com quase 300 km de estrada, foi razoavelmente rápida e, por volta das 11h, já estacionávamos o carro embaixo de uma jabuticabeira na casa do Sr. Orlando e conversávamos com o "Nego", outro morador do local. Existem duas subidas (que eu saiba) para o Picu, uma delas pelo bairro Engenho da Serra e a outra, opção dessa viagem, pela Fazenda Velha.
Algum tempo passou, trocamos de roupas, pegamos as mochilas e logo começamos a subida, passando uma porteira azul, seguindo por uma estrada que nos levou, em pouco mais de meia hora, até uma casinha onde fizemos uma pausa para água. Daí em diante a estrada acaba e junto a trilha, que aparecia e desaparecia em alguns trechos repletos de carrapicho.
Fomos seguindo por onde dava e logo começamos a subir mais por um trecho aberto e escorregadio. Algum tempo depois passamos um curral e, depois de um trecho bem lameado, novamente nada de trilha. Tendo percorrido mais da metade do caminho víamos o Picu próximo mas com uma mata fechada entre nós.
Fomos tentando subir, fazendo alguns zig-zag que nos levava ao nada e então decidimos tentar atravessar direto para uma das trilhas que tínhamos no GPS (que mais embaixo havia sumido). Assim, depois de um longo trecho acompanhando a cota saímos na trilha razoavelmente aberta que nos levou até a base da montanha.
Na base, mesmo sendo tarde (quase 14h) rapidamente nos equipamos e comecei a escalar pela via "do Naval" (3º IV A0/V E2), com uma linha bem óbvia de subida. A Aline e eu fomos alternando as enfiadas, sendo que emendei uma delas (não faça isso, o arrasto fica absurdo) e, pouco antes das 16h, estávamos no seu cume assinando o livro de cume, fazendo algumas fotos, vídeos e olhando a paisagem com a Serra Negra e região da Pedra Furada bem próxima de nós.
Sabendo que já era bem tarde logo armamos os rapéis e descemos, chegando na base da parede por volta das 16h30. Sem perder tempo guardamos o equipamento de escalada e começamos a descida, seguindo a trilha para baixo enquanto ela existia, o que aconteceu até chegarmos perto do curral.
De lá, novamente fomos pelo trecho mais aberto e escorregadio e, logo após observar o pôr-do-Sol estávamos no "crux" do Picu: o trecho onde não achamos uma trilha aberta e cheia de carrapicho. Fomos tentando seguir a cerca em direção à casinha mas logo percebemos que não havia trilha. Nesse momento estávamos a cerca de 100 ou 200 m de onde começa a estrada e a luz acabando, então a "melhor" opção foi seguir em linha reta. Fui na frente varando mato, sendo atacado pelos carrapichos-ouriço e, com os últimos minutos de luz, chegamos até o campo aberto, na casinha, onde pudemos fazer uma boa pausa para lanche, água e, principalmente, tirar as centenas de carrapichos das roupas e cabelo (e eu ainda tinha feito a besteira de subir de bermuda, muitos só consegui tirar no banho algumas horas depois).
Finalmente livres por termos passado o "crux" seguimos pela estrada de volta ao carro, onde chegamos por volta das 19h15. No carro uma nova roupa e logo estrada em direção à Itamonte, onde nos hospedamos e pudemos jantar uma excelente truta antes do merecido banho e noite de sono
No dia seguinte tomamos café da manhã, arrumamos as coisas e saímos para o interior, tendo tentado passar em São Lourenço para dar uma volta em seu parque com águas "diferentes" (água carbonatada, sulforosa etc.) mas não foi possível pela lotação absurda da cidade, onde só tomamos um sorvete e andamos um pouco a pé. De lá seguimos então rumo ao Oeste, saindo na Fernão Dias em Pouso Alegre depois de um bom almoço pela região. De lá, a velha Fernão Dias, com direito a trânsito perto de Atibaia, até chegarmos em São Paulo.
Essa viagem foi quase um bate-volta até o Picu mas valeu muito a pena. A pedra é bonita e se encontra em uma região que eu ainda não tinha explorado no PNI. Inclusive pretendo voltar por lá para agora experimentar a trilha pela sua outra face, que dizem ser mais pirambeira, mas que espero que pelo menos exista uma boa trilha!
Algumas fotos podem ser vistas no link Escalada na Pedra do Picu.
- enviado por Tacio Philip às 14:47:14 de 08/05/2014.
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