Com a ideia de fotografar as flores do PN Itatiaia, ideia esta que floresceu em uma
visita ao planalto no começo de Novembro, ida esta ainda planejada para subir algumas de suas montanhas com minha namorada Aline e parceiro de montanhas Parofes, nesta viagem já pude observar o começo da mudança na vegetação e imaginar o que estava por vir.
Pouco tempo passou e, na metade de Dezembro do ano passado, recebi um email do Alessandro, amigo parceiro de pedal, de fotografia e de diversas idas ao PNI que me dizia ter solicitado reserva para 5 dias, de segunda à sexta-feira, no Abrigo Rebouças, uma antiga casa de pedra, localizada dentro do parque nacional, que pode ser usada com agendamento prévio e que, devido à inexistência de locais para hospedagem na região, facilita muito a logística de visita para quem quer passar mais de um dia em seu planalto. Sem pensar duas vezes, como costumo dizer: "oportunidade de ficar no Abrigo Rebouças não pode ser desperdiçada", pedi que garantisse meu nome na lista.
Sendo assim, pouco depois de dois meses da ideia fotográfica inicial, depois de passar com a Aline o final de semana na casa do Ale (11 e 12 de Janeiro), na segunda feira, dia 13, depois de deixar a Aline em sua casa estava com o Alessandro, sua esposa Fernanda e filha Isa rumando mais uma vez ao planalto do PNI.
Chegando ao parque cumprimos todos os requisitos burocráticos como mostrar a documentação de reserva do abrigo, preencher a ficha de entrada, dizer qual seria nossa "agenda de visitas" em cada dia, efetuar o pagamento de entrada no parque e uso do abrigo e então logo depois estacionamos, colocamos as mochilas nas costas e, com uma grande ameaça de temporal, começamos a caminhada de pouco mais de dois quilômetros que leva do estacionamento até o abrigo. Dependendo a época, este trecho pode ser percorrido de automóvel, mas não no verão devido a reprodução do sapo flamenguinho, espécie endêmica, que usa poças de água para se reproduzir.
Nessa hora vale ressaltar que, além da mochila que continha o equipamento fotográfico, que no meu caso consistia em duas câmeras reflex (uma tradicional e uma convertida para o infravermelho), quatro lentes (indo de grande angular 17 mm a 105 mm mais lentes macro que me permitiam ampliações até 1:1 em uma delas e até 5:1 em outra), flash, tripé e outros acessórios como filtros, cabos, baterias, cartões etc. nas costas, carregava também toda a comida, roupas, saco de dormir e o que mais seria necessário para estes cinco dias isolados no parque.
No abrigo todo o conforto que temos é proporcionado pela existência de eletricidade, um fogão industrial, beliches e banheiros com chuveiro sem aquecimento. Tudo que um fotógrafo de natureza espera - e que chega a considerar um luxo - quando nesse tipo de local.
Ao chegar ao abrigo, que pode ser compartilhado com outras pessoas dependendo da procura e agendamento - nele cabem até 16 pessoas - encontramos duas pessoas que lá estavam desde o dia anterior e logo chegaram também nossos amigos Flávio Varricchio, Isabelle e seu filho com um amigo.
Nos dias que se seguiram os roteiros pelo planalto foram diversos, alguns em conjunto com outras pessoas, como no primeiro dia que fomos todos nós até o cume da Pedra do Altar, e outros mais independentes, quando, por exemplo, rodei mais pela própria estrada para fotografar flores ou cachoeiras temporárias descendo das rochas, que aparecem depois das tempestades, como uma que presenciamos, com direito a granizo e duração de algumas muitas horas.
De uma maneira ou outra, praticamente todos os momentos nesses cinco dias foram utilizados para fotografias, tanto de flores quanto de algumas paisagens já que, com as chuvas, diferentes paisagens apareciam. O tempo também foi bem aproveitado, quando a chuva permitir, saindo para fotografar tanto de manhã quanto à tarde ou até durante madrugada - em um dos dias o Alessandro e eu saímos para fotografar ao lado do abrigo às 3 h da madrugada.
Além das fotos, única tentativa "montanhistica" foi quando com o filho da Isabelle e um amigo (Rogério e Yago, garotos de 12 e 11 anos), tentamos fazer um caminho alternativo da trilha Rui Braga até a base do Prateleiras, passando pela Pedra Assentada, tentativa que não deu certo e, depois de muito trepa pedra e vara mato, tivemos que voltar pelo caminho de ida, uma grande aventura para os dois!
Como resultado desta viagem eu consegui fotografar algumas paisagens que ainda não havia presenciado no parque, como as inúmeras cachoeiras que aparecem depois de chuvas fortes, ver a represa quase transbordando com possibilidade de fotografar o Agulhas Negras com seu reflexo em suas águas e flores, muitas flores, que eu nunca havia fotografado.
Seja para subir suas montanhas e fazer fotografias ocasionais com uma câmera compacta ou fotografar mais seriamente as belezas deste parque, é um local de visita obrigatória para os amantes de fotografia de natureza e/ou praticantes de atividades de montanha.
Algumas das fotos podem ser vistas no link Verão no Parque Nacional do Itatiaia
- enviado por Tacio Philip às 12:20:07 de 27/02/2014.
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