Aproveitando o embalo da travessia da Serra Fina que fiz com a Aline no começo do mês, na 5ª feira, dia 19 de Julho, depois de buscar o carro de uma revisão geral passamos em casa, arrumei minhas mochilas, fomos ao supermercado comprar comida, na decathlon comprar gás, na casa da Aline para mais mochilas e logo pegamos estrada, via rodoanel, para a Rod Carvalho Pinto, onde seguimos tranquilamente fazendo só uma parada já na Rod Dutra para jantar (foi bom descobrir que o restaurante onde já havia parado algumas vezes para almoçar também funciona na janta, fica logo depois do pedágio de Roseira: passou o pedágio, vá para a faixa da direita que já está quase passando! Pra quem curte comida simples e não suporta, como eu, comer e jogar dinheiro fora no Arco-íris, Graal ou similar é uma boa pedida).
De lá mais um pouco de estrada e logo saíamos rumo Piquete, subindo então pela estrada que leva ao Bairro dos Marins e em seguida chegando no "Acampamento Base Marins", no passado conhecido como Ranchonete e agora administrado (muito bem) pelo grande Milton Gouvêa, que nos recepcionou logo que chegamos e com quem ficamos batendo papo alguns minutos antes de preparar a cama no porta malas e ir dormir.
Dia 1 - subida para o Pico dos Marins
No dia 20 acordamos cedo mas preguiçosos só levantamos por volta das 8h da manhã quando duas pessoas foram deixadas na base por um casal e começavam a subir a trilha para, como nós, fazer a travessia. Sem muita pressa tomamos nosso café da manhã (miojo), acabamos de ajeitar as mochilas e, às 9h40, começamos também a subida.
Saindo do acampamento base Marins (travessia Marins-Itaguaré)
Fomos subindo sem pressa e 50 minutos depois estávamos no Morro do Careca, parando para algumas fotos e depois buscando água para seguir a caminhada (nas últimas vezes que estive por lá a água na base do Marins não estava muito confiável).
Agora, com alguns bons quilogramas a mais na mochila fomos subindo a trilha e aproveitando para diversas fotos já que o clima estava perfeito, sem uma nuvem no céu.
O tempo foi passando, fizemos pausa para descanso e lanche, no ponto de água na base do Marins vimos que teria sido possível pegá-la (estava amarela mas em nível confiável) e pensamos se acamparíamos no cume ou se apenas subiríamos leves e seguíamos um pouco a travessia, já que ainda era cedo. Inicialmente optamos pela 2ª opção, deixamos as mochilas e começamos a subir leves mas mudamos de ideia depois de 15 minutos, voltando até a água e agora retomando a subida carregados, chegando ao cume do Pico dos Marins às 15h.
Cume do Pico dos Marins com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
No cume quase vazio encontramos apenas o Antônio, que eu havia encontrado na Pedra da Mina há alguns anos, montamos nossa barraca e fomos fazer um lanche e dar uma descansada saindo da barraca apenas uns 30 minutos antes do pôr-do-Sol para fazer algumas fotografias, voltando para dentro para a merecida janta logo que o Sol sumiu no horizonte e a temperatura começava a despencar.
Alimentados e aquecidos na barraca fomos então dormir, nos preparando para o dia seguinte, que é o dia mais puxado da travessia.
Dia 2 - travessia Marins - Itaguaré com cume do Itaguaré
No segundo dia acordamos, preparamos o café da manhã de sempre, desmontamos acampamento e, com tudo na mochila, começamos a caminhada às 8h30.
Dentro da barraca no Pico dos Marins com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
Descemos o Marins até o ponto de água e logo seguimos pela crista rumo ao Marinzinho, onde seguimos alguns totens antigos que nos levaram ao nada, tendo que retornar alguns minutos e seguir pelo caminho que eu tinha marcado no GPS nas outras vezes que fiz a travessia.
Subida do Marinzinho com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
De volta na trilha, e com muito vento, subimos o Marinzinho e fizemos uma pausa já no começo da sua descida, em local mais protegido, para lanche. De lá o primeiro trecho mais perigoso da travessia, onde se desce uma parede com ajuda de cordas (pelo menos tem cordas novas) e depois de mais algum longo tempo de caminhada e atravessar outro vale passávamos pela Pedra Redonda, onde fizemos novamente uma breve pausa depois de passar seu cume e chegar a base onde há áreas de acampamento.
Pedra Redonda (travessia Marins-Itaguaré)
Sem perder muito tempo estávamos novamente com as mochilas nas costas e seguindo a segunda metade da travessia, cada vez mais próximos do Itaguaré e sempre acompanhados pelo vento que não incomodava mais tanto (acho que por costume, ele continuava forte).
Pouco antes de chegar na base do Itaguaré passamos pelos dois que também faziam a travessia e, assim que chegamos na bifurcação que leva ao cume propus subirmos naquele dia mesmo até o cume, adiantando nossa caminhada do dia seguinte. Assim escondemos as mochilas no mato e subimos carregando apenas o GPS e câmera fotográfica até o seu cume, onde chegamos por volta das 16h30.
Cume do Pico do Itaguaré (travessia Marins-Itaguaré)
No cume uma remarcação no GPS, muitas fotografias, descemos de volta para a bifurcação e seguimos pela trilha para o acampamento, fazendo apenas uma pausa para pegar água e às 17h20, pouco antes do Sol desaparecer, montamos a barraca, fizemos um lanche e depois o jantar de verdade, logo seguido por uma noite de sono ainda com muito vento na barraca.
Dia 3 - descida para a estrada e volta ao Acampamento Base Marins
No último dia da travessia, já tendo feito o cume do Itaguaré no dia anterior, acordamos, tomamos café, arrumamos as coisas e às 8h45 começamos nosso caminho de volta.
A descida do Itaguaré é bem mais curta e direta que a do Marins. Assim, de olho no relógio e sem parar muito, às 10h15 em ponto estávamos no estacionamento na borda da estrada, depois de 1h30 de caminhada. Lá uma pausa para lanche, pegamos um pouco de água e começamos então o que poderia ser uma longa caminhada até onde o carro nos esperava.
Acampamento base Itaguaré no final da travessia (travessia Marins-Itaguaré)
Na estrada, que eu percorri a pé nas outras duas vezes que fiz essa travessia, pouco tempo depois passou um casal de carro pedindo informações sobre onde ficava o Itaguaré. Demos as dicas e pensamos: que pena estão indo para o outro lado...
Mais um pouco de caminhada, não passava nenhum carro para pedir carona e logo vimos o mesmo carro que tinha pedido info voltar. Sem pensar duas vezes pedimos carona e, para nossa felicidade, conseguimos! Eu que já fiz a volta a pé duas vezes sei como são intermináveis os mais de 15 km de estrada que levam quase 4 h de caminhada para serem percorridos.
No carro fomos conversando com o casal que estava no Maeda e tinha subido no dia anterior o Marinzinho (por cerca de 1h de diferença não nos encontramos no cume). A distância se encurtava cada vez mais e, quando chegávamos perto da bifurcação que leva ao Maeda, disse que ficaríamos ali para seguir o resto mas o Marcos disse, para nossa alegria, que nos levaria até a base e com isso aproveitaria para conhecer o local, já que era sua primeira vez por lá.
Mais alguns minutos de estrada (absurdamente rápidos quando comparado ao tempo que levaríamos a pé) e chegamos então ao Acampamento Base Marins por volta das 11h30! Absurdamente gratos pela carona tiramos as botas e ficamos então no Sol alguns minutos conversando enquanto outras pessoas que haviam passado a noite no Marins arrumavam as mochilas e iam embora.
Com o começo do esvaziamento do local (mesmo assim ainda tinha vários carros) também arrumamos nossas coisas, fechamos a conta e começamos a descida aproveitando o caminho para várias fotografias e uma pausa no Bairro dos Marins para visitar o Cantinho dos Marins, um pequeno museu que mantém a história do local (vale a visita!).
De lá estrada, mas agora não de volta para casa, mas para Cruzeiro onde no dia seguinte encontraríamos com o Parofes para mais alguns dias de viagem. Mas isso é tema para o próximo post!
Apesar da Serra Fina ter ganho a fama de travessia difícil, não que seja muito fácil, mas longe de ser "a mais difícil", eu considero a Marins-Itaguaré mais cansativa. Da mesma maneira que a Serra Fina você precisa andar carregado de água e o segundo dia, é mais longo e mais técnico que qualquer dia da Serra Fina, com vários trechos de trepa pedra. Isso aumenta ainda se você fizer os cumes do Marins e Itaguaré, já que já soube de pessoas irem fazer a travessia e não subir até os cumes (apesar do nome a travessia em si passa pela base das montanhas e tem que dar uma desviada para fazer os cumes que dão seu nome). De qualquer maneira foi muito bom voltar por lá, até porque o Pico dos Marins é a montanha que considero meu início no montanhismo, quando a subi pela primeira vez no dia 03 de Novembro de 2000!
E algumas das fotos já estão no link Travessia Marins-Itaguaré e abaixo o playlist com todos os vídeos.
Playlist dos vídeos da Travessia Marins-Itaguaré - 20 a 22/07/12
- enviado por Tacio Philip às 22:30:09 de 29/07/2012.