Na última sexta-feira, dia 18, depois do Rafa se encontrar comigo em casa pegamos estrada e seguimos para São Bento do Sapucaí. No caminho uma pausa no Voo Livre para almoço em Sto Antônio do Pinhal e no começo da tarde estávamos estacionando o carro próximo ao Bauzinho e começando a trilha até o colo entre ele e o Bau.
Essa hora o clima ainda estava bom e haviamos decidido entrar na via Meia Lua, um 6º grau todo em móvel que emenda na normal do bauzinho.
Na base da via, que fica à esquerda da Tudo Bem que eu havia escalado com o Patrick há algumas semanas, nos equipamos e logo comecei a subí-la. O começo foi tenso, como sempre é minha 1ª enfiada do dia, mas aos poucos me encaixei na via, subi seu diedro aberto e comecei a travessia para a esquerda até chegar no ponto que ela continua vertical para cima, bem ao lado da trilha. Nesse ponto, depois de umas tentativas adrenadas de continuar sai para a trilha, montei uma parada em móvel e dei segurança para que o Rafa também a escalasse.
O Rafa veio na sequência e depois de deixar a adrenalina baixar resolvi tentar mais uma vez o lance onde eu havia parado (principalmente porque agora eu poderia proteger o lance melhor já que a peça que eu precisava havia sido usada anteriormente). Dessa vez com o psicológico melhor me encaixei tranquilamente no movimento e segui em uma sequência mais tranquila que o começo até o final, onde ela se une a penúltima parada da normal do bauzinho.
Na parada montei sege quando o Rafa começou a subir a chuva desceu. Sem termos muito o que fazer já que não era apenas uma garôa o desci, fiz rapel até a base, guardamos as coisas e embaixo de chuva voltamos pela trilha até o carro. De lá alguns minutos de estrada e finalmente o merecido Açaí.
Mesmo desanimados com a chuva passamos no abrigo do Eliseu para tirar as roupas molhadas e depois fomos falar com ele, que nos disse que no dia seguinte o tempo estaria melhor e recomendou que ficássemos. Mais animados fomos então ao centro comprar nosso jantar, voltamos para o abrigo, cozinhamos o macarrão e junto do Luiz (que eu havia conhecido no abrigo em outra ocasião) jantamos e em seguida fomos dormir.
O dia seguinte, Sábado, amanheceu nublado e garoando mas aos poucos melhorou. Como o Rafa não conhecia (e como seria certeza de parede seca) fomos então escalar na Falésia dos Olhos. Chegamos lá cedo com o local totalmente vazio, nos equipamos e fomos escalar a via Quabradeira (6ºsup) (onde tanto eu quanto o Rafa a encadenamos na 2ª entrada). Aos poucos foi chegando mais gente, inclusive uma galera da 90 graus.
Depois dos braços voltarem ao normal aproveitamos também que haviam equipado a via Sonho de Ícaro (7b), uma linda via que eu havia entrado (sem encadenar) na outra única vez que eu havia estado na Falésia dos Olhos. Dessa vez, melhor treinado e com muitas dicas do Bizu e Marcão a encadenei sem nenhum problema. Fato que foi feito também pelo Rafa pouco tempo depois (e sendo o primeiro 7b dele).
De volta ao chão mais enrolação, mais descanso, lanche, descanso e com o final da tarde chegando recuperamos as costuras do Rafa (que estavam sendo usadas em outras vias), entrei novamente na quebradeira para desequipá-la e em seguida seguimos estrada de volta para São Bento.
No abrigo jantamos o restante do macarrão do dia anterior, guardamos as tralhas e pegamos estrada para São Paulo, onde chegamos no final da noite.
Mesmo com a chuva no Bauzinho a viagem rendeu: fiz uma via esportiva em móvel que eu nunca havia escalado no Bauzinho e também retornei à Falésia dos Olhos onde encadenei as vias Quabradeira e Sonho de Ícaro. E com a chegada do Outono o clima só tende a melhorar, que venha a temporada!