Hoje, aproveitando que eu estava com 2 ingressos para a Adventure Sports Fair, chamei o meu parceiro de muitas montanhas Parofes e seguimos juntos para o Anhembi.
A primeira surpresa foi ao chegar: R$25,00 de estacionamento! Mas como não iamos pagar a entrada (que custaria normalmente R$20,00 por pessoa), tudo bem, estacionamos o carro no Holliday Inn (mesmo preço e com manobrista) e seguimos para a entrada da feira. Na entrada, enquanto preenchiamos o convite lembrei que eu havia me cadastrado como imprensa, então fomos até o guichê (que aparentemente estava fora do ar e não achava nenhum cadastro) mas poucos minutos depois estávamos com nossas credenciais para a feira, eu pelo meu site macrofotografia e o Parofes pelo site altamontanha.
Seguimos para dentro da feira e logo o Parofes notou um pequeno detalhe, que mostra como os atendentes de uma feira de aventura estão por dentro do assunto. Em sua credencial estava escrito "Auta montanha". Mas tudo bem, demos risada, tiramos foto (claro) e continuamos pela feira.
Quem tem um pouco mais de tempo em visita à essa feira e teve a oportunidade de conhecer as primeiras, que ocupavam os 3 andares do pavilhão da Bienal no Ibirapuera, esse ano foi uma decepção absurda! O espaço físico da feira é simplesmente ridículo: menos de 1/3 do Anhembi e ainda fazendo fronteira com outra feira de sei lá o que imobiliário. Mesmo decepcionados com o tamanho (e o Parofes disse que estava menor que ano passado, que eu já sabia que tinha sido ruim também) continuamos a andar e a passar por alguns stands que valiam a pena.
Como sempre, havia uma rua com as representações de cidades, estados e países na feira distribuindo panfletos sobre cachoeiras, arborismo, camping etc etc etc. Também havia stand da VW e Fiat com seus carros de plástico adventure para serem experimentados em uma "estrada radical". Perto disso também uma trilha para bike e uma piscina bem comprida para wakeboard (quem fazia exibição pelo menos se refrescava do calor absurdo).
Havia também stand da Kodak e da Samsung, mostrando que viajar e fotografar está sempre junto (isso para mim é inseparável). Da mesma forma estava lá a escola do Bruno Selmer (Techimage) e algumas exposições de foto espalhadas pelo Anhembi.
Das empresas mais relacionadas ao mundo do montanhismo e escalada encontramos a Curtlo, Kailash, escondidas em um mezanino a Solo, Trilhas e Rumos e Nômade. Também estava lá o stand da EcoHead que faz aqueles "tubos" de tecido que sempre uso como bandana em minhas caminhadas ou escaladas (e tive a oportunidade de conhecer seu dono, muito simpático, Adriano).
Fugindo da parte que colabora com os esportistas, também estava por lá a Pisa (especializada em levar turistas que querem conforto 5 estrelas para pisarem na terra - inclusive um palestrante frisou bem como é bom encontrar uma mesa com jantar com truta após uma caminhada e também mostrou foto do carregador que leva tudo que é "pesado" na caminhada sei lá onde). Também estava por lá a ABETA com suas normatizações para ecoturismo (que na verdade querem devorar o montanhismo como turismo de aventura) e nesse tema assisti uma palestra do Nativo que citando meu nome sabendo que eu estava o filmando, mais uma vez disse que ele e a ABETA são contra a obrigatoriedade de guias (veja parte do vídeo no final dessa postagem). Mas como todos, eu estou esperando um documento confirmando isso, não apenas uma promessa política. No mesmo nível, com suas promessas absurdas, achei também duas empresas com suas pulseiras quânticas para aumentar o equilíbrio e força. Se você acredita nisso, sinto muito, mas quem mandou não estudar!. Agora cai no papo de qualquer um e compra qualquer promessa. Acho que a ABETA podia até lançar uma pulseira quântica também, combina com suas propostas duvidosas.
De volta à feira, a melhor parte foi encontrar algumas pessoas que eu não via há algum tempo e conhecer pessoalmente outros que eu só tinha tido contato por internet. Vale destacar o Milton do Acampamento Base Marins, uma das pessoas que mais prezam pelo Marins e região e que realmente faz diferença no local, Bruno Selmer da Techimage, o figuraça Eliseu Frechou, o escalador e escritor de livro de escalada Dimitri Wuo, o fotógrafo André Dib e o Soldier, com quem quase fiz negócios esse ano entre diversas outras pessoas. Outro momento marcante foi um stand desabando, felizmente ninguém se machucou, mas com certeza foi o evento mais animado e lotado na feira, parecia stand de empresa sorteando brindes caros de tanta gente que apareceu ao redor.
Para quem procura uma feira com equipamentos para montanhismo, escalada ou simplesmente um camping selvagem, a feira é uma total perda de tempo. O que pode compensar um pouco são as palestras, mas também não espere um palco como nos primórdios da feira, agora o ambiente é muito mais tímido e com aparência informal. Se você conheceu as feiras no Ibirapuera e tem um pingo de esperança que essa possa ser similar: esqueça! A feira está muito menor (mas muito mesmo) e cada vez mais com menos empresas voltadas ao esportista. Entretanto, se você quer apenas fazer turismo, colocar uma roupinha com estilo adventure e sujar suas botas na terra antes de passear nas lojas do shopping a feira é um prato cheio! Lá você saberá onde ir se "aventurar" sem perder o conforto de sua casa! Infelizmente o ecoturismo chegou para ficar, só temos que tomar cuidado para que cada um tenha o seu espaço: o ecoturista com seus guias e carregadores e o esportista com sua liberdade de ir e vir sem a obrigação de horários, guias e normas técnicas. Afinal, quem é esportista é por opção e tem o direito de se arriscar, não precisamos de paternalismo para nos salvar dos nossos atos.
Quanto a próxima feira ou retornar por lá nos próximos dias, quem sabe? Afinal a parte boa é realmente encontrar alguns amigos e se divertir!
Abaixo NativO (Ronaldo Franzen) durante sua palestra na Adventure Sports Fair 2010 (23/Set/2010) falando que ABETA é contra obrigatoriedade de guia. Palavras voam no vento. Vamos ver se isso aparece de verdade em algum documento.
- enviado por Tacio Philip às 22:24:24 de 23/09/2010.