Na Quinta-feira, dia 24 de Dezembro, depois do Vin chegar do RJ na rodoviária do Tietê por volta das 6h30, o busquei na estação de metrô São Judas, fizemos uma pausa no Carrefour para comprar comida e seguimos então caminho pela Rodovia Ayrton Senna.
Alguns quilômetros se passaram e então, para evitar perder o dia por preguiça ou por chuvas de tarde, resolvemos fazer uma pausa na Falésia do Zé Vermelho em Pindamonhangaba. Há algum tempo eu tinha ouvido falar que tinham sido abertas estradas dentro da propriedade onde fica a parede mas ainda não tinha voltado lá para escalar. Antes era necessário deixar o carro na estrada e fazer uma caminhada de cerca de 30 minutos para alcançar a base das vias. A estrada de terra era aberta somente até uma construção em ruina, após isso era necessário atravessar um charco equilibrado em algumas madeiras e depois seguir por trilha.
Chegando à porteira na estrada entramos e fomos então seguindo de carro pela estrada de terra. Chegamos ao lado da casa em ruína e, onde antes era um charco, agora continuava com uma estrada aberta e em bom estado. Fomos seguindo pela estrada, no caminho encontramos e cumprimentamos uns trabalhadores rurais e logo chegou uma bifurcação em "V" que ou subia ou descia. Seguimos então pela estrada subindo e chegamos então a parte superior da parede, olhando a falésia por cima. Manobramos o carro, descemos e agora fomos pela parte de baixo chegando até um bambuzal que serviu se sombra para o carro.
De imediato não encontrei a trilha, o caminho original, agora aparentemente abandonado, ficava entre essas duas novas estradas abertas. Mas foi só olhar um pouco e perceber que já havia uma nova trilha de onde estávamos e que levava a base das vias em uns 5 minutos de caminhada!
Chegando na base encontramos um pessoal escalando e, animado, logo entrei na via Sobe Mas Não Cai, um 7a que começa positivo, fica vertical e depois continua negativo até um lance final onde se monta em um platô e continua até o final por uma rampa abaulada. Já tinha entrado nessa via e, sabendo que ela exigia do braço, subi poupando os músculos e descansando sempre que podia. No topo da via montei a parada e dei a segurança para o Vin, que estava com o dedo machucado (dois dias antes de viajar levou 3 pontos por causa de um corte), que subiu também até o seu final.
De volta ao chão entrei então na via Chapeleiro Maluco, 6sup, descendo logo em seguida. O Vin que não queria forçar os dedos achou melhor não forçar então desmontamos as coisas e, com o Sol que começava a nos fritar na parede, pegamos a trilha de volta e seguimos nosso caminho de carro para São Bento do Sapucaí.
Chegamos em São Bento embaixo de chuva, fizemos uma outra parada em supermercado e depois fomos então para o abrigo do Eliseu Frechou, que estava completamente vazio. O resto da tarde passamos descansando, à noite comemos uma pizza e depois, ainda embaixo de chuva, fomos dormir torcendo para o dia seguinte ser melhor.
Na Sexta-feira acordamos e, apesar de não estar Sol, a chuva tinha parado. Tomamos café da manhã calmamente, arrumamos as coisas e depois seguimos para o estacionamento do Bauzinho. De lá seguimos por trilha até o Col e de lá até a base da via Normal do Bau (3º IIIsup), uma via tranquila onde o crux foi chegar até sua base tendo que escalar uma chaminárvore (chaminé com árvore) molhada por causa das chuvas.
Chegando na base o resto da via foi tranquila, seguimos pela trilha até o topo do Bau e depois descemos pelas escadas da face Sul saindo novamente no estacionamento onde o carro nos esperava. Depois disso uma pausa para Açaí em São Bento e, de volta ao abrigo, um esperado macarrão e alguns bons minutos de sono enquanto a chuva começava a cair.
Nessa noite a chuva não parou e, no dia seguinte, tudo ainda estava muito molhado. Como a escalada era bem incerta resolvemos montar uma slack line usando uma das pilastras e o carro como base e ficar por lá brincando um pouco. Passamos um bom tempo e depois do almoço mais alguns bons minutos de sono que foram interrompidos quando a chuva voltou a cair. Em pé novamente desmontamos a slack e começamos a arrumar as coisas para seguir viagem.
Sem pressa nenhuma arrumamos as mochilas, comemos e, depois de mais um Açaí, seguimos estrada de volta para São Paulo embaixo de forte chuva. Em São Paulo uma pausa na Decathlon e depois casa, banho e cama!
Essa epoca, para escalar, é muito incerta. Quando menos se espera chega a chuva e às vezes ela teima a ir embora e deixar o Sol secar as paredes. Mesmo assim a viagem foi bem proveitosa, um dos dias escalamos vias esportivas, outro dia uma clássica na Pedra do Bau (que vale a pena só pelo visual) e outro dia nos divertimos na slack line. Um bom fechamento de ano. Além disso não tivemos que assistir nenhuma Missa do Galo e nem aguentar hipocrisia de gente desejando feliz natal para as pessoas de quem costuma falar mal o ano todo.
Algumas das fotos dessa viagem já estão no link Zé Vermelho e Pedra do Bau.
- enviado por Tacio Philip às 12:25:00 de 28/12/2009.
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