No dia 12/09, véspera do meu aniversário, saímos do Rio de Janeiro eu e a Gerusa rumo ao Parque Nacional da Serra dos Orgãos. Lá chegando na sede Teresópolis compramos os ingressos para os dias seguinte, deixamos o carro no estacionamento e saímos do parque por volta das 17h15. De frente a entrada do parque, após uma longa espera pegamos um ônibus para a Rodoviária de Teresópolis às 18h10 e lá compramos passagem para Petrópolis com saída prevista às 19hs (último ônibus).
Enquanto esperávamos na rodoviária graças a uma conversa descobrimos que agora o terminal do ônibus não era mais no centro de Petrópolis e que, para nós, seria muito melhor descer no terminal de Itaipava, e foi o que fizemos. Em Itaipava pegamos um outro ônibus para Correas onde fizemos uma pausa para jantar e depois de mais uma longa espera pegamos o ônibus para Pinheral, descendo a uns 500m da entrada do PNSO sede Petrópolis.
Fizemos a pequena caminhada e por volta das 23hs estávamos na frente do parque! Eu já tirava meu saco de dormir e isolante da mochila para bivacar enquanto a Gerusa conversava com o guarda perguntando se não podíamos entrar. O guarda muito amistoso disse que não tinha problema e se quisessemos podíamos dormir lá dentro. Entramos, abrimos os isolantes, sacos de dormir e depois da Gerusa me dar parabéns a meia-noite finalmente dormimos no chão do começo da trilha.
No dia seguinte acordamos com o despertador às 5h30 e depois de um longo café da manhã onde fui surpreendido com um bolinho de aniversário com direito a velas e tudo acabamos de arrumar as coisas e às 7h13 começamos a caminhada rumo ao morro do Açu.
No começo a caminhada é tranquila em mata fechada mas com o tempo vai ficando mais e mais inclinada e com menos vegetação (e com isso muito menos protegida do Sol). Fomos subindo e subindo fazendo algumas pausas e depois de algumas muitas horas, por volta das 13hs estávamos no cume do Morro do Açu.
Ficamos um tempo lá, fizemos um lanche e depois continuamos a caminhada já que queríamos fazer a travessia em dois dias. Alguns poucos minutos depois conhecemos o Peter que estava fazendo a travessia sozinho e se juntos a nós na caminhada. Mesmo com o tempo fechando e previsão do tempo não muito favorável para o dia seguinte resolvemos continuar a trilha da travessia, inclusive porque eu tinha conseguido ela toda para o GPS e caso o tempo fechasse de vez ela ajudaria e muito para não nos perdermos na serra.
Fomos andando descendo e subindo algumas lajes e montanhas e paramos então pra acampar no Vale da Luva às 15h17. Lá armamos as barracas, pegamos água (só para isso levou uns 30 min por causa do pequeno filete de água que descia entre as pedras), fizemos o jantar e logo fomos dormir. A noite foi tranquila e acordamos às 5h30 como no dia anterior depois de ouvir uma boa chuva alguns minutos antes.
Saímos da barraca e apesar da chuva que tinha passado e o tempo nublado não chovia mais e aparentemente melhoraria. Fora da barraca com um clima agradável (não estava frio) tomamos café, desmontamos acampamento e às 7h08 começamos a caminhada morro acima.
Chegando na crista do Morro da Luva fizemos ainda um bate-e-volta até o cume do Morro da Luva (menos de 5 min de distância) e logo seguimos a travessia vendo pouco da paisagem e cada vez mais núvens.
A trilha segue alternando subidas e descidas de montanhas e na subida final, depois de uma longa parada para lanche no Vale das Antas está a parte mais arriscada da travessia, uma descida que é uma desescalada em rocha e depois uma subida onde fica o famoso "cavalinho", um lance onde você sobe por um trepa-pedras e tem que montar em uma pedra para ir para o outro lado e continuar a subida. Mas nada demais, passamos por ele e logo estávamos na base da trilha final da subida para a Pedra do Sino. Deixamos as mochilas no entroncamento e subimos leves chegando ao cume por volta das 12h45. Ficamos uns 15 min no cume sob um forte vento, fizemos algumas poucas fotos do que podia ser visto de lá e em seguida começamos a descida embaixo de uma fina garôa.
Pegamos as mochilas e continuamos descendo. Fizemos uma breve pausa no Abrigo 4 e às 13h40 começamos a descida da trilha super aberta e em zig-zag que vai para a sede do parque. Durante essa longa descida quanto mais andávamos mais o tempo piorava e às 17h45 chegamos no carro mortos de cansaço e molhados.
No carro trocamos algumas peças de roupa e logo saímos rumo ao RJ parando só para um rápido lanche na lanchonete na serra de Teresópolis.
No RJ deixamos o Peter na casa de sua tia em Santa Tereza e voltamos para o apartamento da Gerusa onde foi só tirar e pendurar algumas coisas que estavam molhadas na mochila - como a barraca, botas, roupas - tomar um banho e desmaiar na cama!
A travessia foi muito legal e se ela for feita em 3 dias como é o normal é razoavelmente tranquila. Já em dois dias como fizemos é bem pesada pela quilometragem rodada e com isso tempo de caminhada (mais de 8hs por dia). Além disso o ideal é ir mais leve do que estávamos já que sobraram roupas e comida no final. Tirando isso foi tudo bem, a dor na sola dos pés está melhor e acho que foi meu 1o. aniversário em montanhas (e adorei isso). Vamos ver se esse ano ainda da tempo de mais alguma travessia ou montanha já que com a chegada da primavera vem também as chuvas.
Abaixo alguns números da caminhada marcadas no GPS: tempo deslocamento: 10h16; desl. médio: 2,4km/h; média geral: 1,3km/h; odometro: 24,9km (mas é um pouco mais pois só lembrei de zerar após algum tempo de caminhada no 1o. dia); ascensão total: 2161m; descida total: 2245m.
- enviado por
Tacio Philip às 23:13:00 de 15/09/2008.
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